A vitória de David revelou que nem sempre a direita escolhe o “Bolsonarismo”
Por Márcio Paes Barreto
As eleições em Manaus trouxeram à tona, mais uma vez, uma verdade fundamental: a democracia sobrevive, ainda que marcada por altos índices de abstenção, e quem decide, no fim, é o povo. Apesar de mais de 20% dos eleitores não terem comparecido às urnas, a escolha do prefeito David Almeida para um novo mandato reafirma o poder da decisão popular e deixa lições importantes para todos os lados do espectro político.
Para o prefeito reeleito, o desafio não poderia ser maior: agora é hora de mostrar, com ações concretas, que sua vitória não se resume a discursos e promessas, mas que ele está verdadeiramente comprometido em transformar a segurança pública e outras áreas críticas de nossa cidade. A população de Manaus espera que o novo mandato seja um avanço real, não um prolongamento das mesmas promessas que a cidade já ouviu em outros governos.
Àqueles que não obtiveram sucesso nas urnas, fica o desafio de aceitar e respeitar a vontade da maioria. Há mais de 400 mil eleitores que confiaram em outros projetos e que merecem representação. É uma oportunidade para que os que ficaram fora do poder escolham apoiar os interesses da cidade, mostrando que a responsabilidade com Manaus vai além de ocupar um cargo, ou interesses pessoais e brigas de ego.
Vale ressaltar ainda, que esse discurso do capitão Alberto Neto em sua coletiva de imprensa, “perdemos uma batalha para a máquina” não passa de falta de espírito democrático, uma vez que, não é a “máquina” que decide uma eleição, mas sim a vontade popular. Este ano, o eleitor de Manaus mostrou que está atento e que, quando decide, nenhum poder, ideologia ou qualquer outro fator é capaz de mudar sua escolha. Em uma época que a confiança nas instituições está fragilizada, essa é uma mensagem que não pode ser ignorada.
Olhando para o futuro, é vital que a política em Manaus se alinhe com as necessidades da população, evitando discursos vazios, ataques pessoais, agressividade e promessas eleitoreiras. Que esta eleição seja uma lição para todos: a democracia só é forte quando reflete a vontade popular. O povo falou, e a democracia em Manaus venceu.
