O Ministério Público do Amazonas (MPAM) instaurou um procedimento preparatório para apurar suspeitas de enriquecimento ilícito no projeto social “Resgatando Cativos”, em Itacoatiara. A investigação, conduzida pelo promotor de Justiça Gabriel Salvino Chagas do Nascimento, foi motivada por denúncias de práticas de improbidade administrativa e uso indevido de recursos destinados ao projeto. A medida reflete o compromisso do MP em garantir transparência e responsabilidade no uso de verbas públicas destinadas a projetos sociais.
A ação do MPAM se baseia na Resolução nº 006/2015-CSMP, que autoriza a instauração de procedimentos preparatórios para averiguar qualquer denúncia de possível lesão ao erário. “Nosso objetivo é apurar se houve ou não algum desvio de recursos dessa entidade”, explicou o promotor, ressaltando que, se comprovadas as irregularidades, serão tomadas medidas para a responsabilização dos envolvidos.
“OPERAÇÃO CATIVOS”
Essas suspeitas lançam uma sombra sobre o projeto “Resgatando Cativos”, que já foi alvo da “Operação Cativos”, deflagrada pela Polícia Federal em fevereiro deste ano. Na época, a PF apontou condições abusivas no centro terapêutico mantido pelo projeto, onde internos eram mantidos em situação precária e forçados a realizar trabalhos. Além disso, o uso da imagem dos pacientes em redes sociais, supostamente para arrecadar doações, levantou questionamentos sobre a ética e a transparência nas atividades da instituição.
O caso escancara uma triste realidade: enquanto projetos sociais deveriam ser canais de apoio e recuperação, muitas vezes se tornam alvo de desvio de recursos e práticas abusivas. A investigação do MP representa um passo fundamental na busca por justiça e transparência, mas também evidencia a urgência de uma fiscalização mais rigorosa e de mecanismos que previnam a má gestão de recursos públicos em iniciativas que deveriam servir aos mais vulneráveis. É hora de garantir que as promessas de acolhimento e recuperação oferecidas por esses projetos sejam respaldadas por práticas éticas e compromisso real com a comunidade.