Consciência Negra: Quilombo do Barranco de São Benedito celebra resistência e cultura em Manaus

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Nesta terça-feira, 20 de novembro de 2024, o Brasil celebra o Dia Nacional da Consciência Negra, uma data marcada por manifestações culturais e debates sobre a luta contra o racismo, a busca por igualdade social, a preservação de religiões de matriz africana e a celebração da resistência. O dia foi escolhido em memória de Zumbi dos Palmares, líder histórico que enfrentou a escravidão no período colonial.

Em Manaus, o Quilombo do Barranco de São Benedito, localizado na rua Japurá, bairro Praça 14 de Janeiro, na Zona Sul, é o principal palco das comemorações. Com uma programação gratuita e aberta ao público, o evento ocorre das 10h às 23h, reunindo cultura, história e gastronomia em um espaço de grande relevância para a memória afro-brasileira.

As atividades começam com uma apresentação sobre a história e as tradições do quilombo urbano. Durante o tradicional almoço, será servida uma feijoada comunitária, seguida por exposições de fotografias e artesanatos que retratam a cultura afro-brasileira. A programação também inclui apresentações de capoeira, danças afro e shows de samba, garantindo um dia repleto de celebração e aprendizado.

O Quilombo do Barranco de São Benedito abriga 25 famílias quilombolas e, ao todo, 44 famílias afrodescendentes são reconhecidas em Manaus. Em 2014, o quilombo recebeu a certidão de autodefinição da Fundação Cultural Palmares e, em 2015, foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial do Amazonas.

Apesar de sua importância histórica e cultural, o quilombo enfrenta desafios como a especulação imobiliária, devido à sua localização em uma área valorizada da cidade.

O Dia Nacional da Consciência Negra foi instituído pela Lei nº 10.639/2003 e oficializado pela Lei nº 12.519/2011. Em 2024, as celebrações ganham ainda mais relevância diante das discussões sobre o combate ao racismo estrutural e a valorização das comunidades negras no Brasil.

O Quilombo do Barranco de São Benedito é um exemplo vivo de resistência, memória e identidade, reafirmando a importância da preservação da história afro-brasileira para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.