Mulheres são maioria das vítimas de violência em universidades públicas do Amazonas, mostra pesquisa com 1.116 pessoas entre universitários, professores, técnicos e terceirizados da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), UEA (Universidade do Estado do Amazonas) e Ifam (Instituto Federal do Amazonas). O estudo é de Milena Fernandes Barroso, da doutora em Serviço Social, e apoiado pela Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas).
De acordo com o estudo, 38% (424) dos entrevistados disseram ter sofrido algum tipo de violência no ambiente acadêmico nos últimos cinco anos. Desse grupo, 73% (309) são mulheres. As violências sofridas são assédios moral, estupro, racismo, xenofobia, homofobia, transfobia e assédio sexual.
A coleta de dados ocorreu entre 2019 a 2021 por meio de formulário online disponibilizado aos estudantes das instituições de ensino superior. Para a autora da pesquisa, o resultado do levantamento mostra a necessidade de investimento em medidas de acolhimento e de discussões sobre a violência no ambiente acadêmico, especialmente às ocorrências relacionadas às mulheres, que são as principais vítimas.
“As violências mais presentes identificadas pela pesquisa foram: assédio moral e sexual, discriminação social e racial, além da violência no contexto da internet, que se torna muito presente com os usos das tecnologias. A pesquisa também revelou que ‘a falta de registros dos casos e outras denúncias resultam também da ausência de espaços de acolhimento a essas vítimas’”, disse Milena Fernandes.
O estudo resultou na elaboração de artigos, discussões sobre o tema da violência contra as mulheres nas universidades em eventos científicos, produção de uma cartilha, um cartaz e um livro que reuniu vários artigos falando sobre o assunto.
*Com informações do site Amazonas Atual